Previsões económicas 2023

A invasão da Ucránia, ao provocar uma subida dos preços das matérias primas, principalmente as energéticas, levaram os bancos centrais a subir os juros, como forma de combater a inflação.

Portanto, a política monetária está a ser restritiva como forma de combater a inflação. A subida dos juros encarece o preço do dinheiro, logo os empréstimos ficam mais caros, o que é um travão ao consumo, quer pela via do encarecimento do crédito ao consumo, quer por via do encarecimento dos bens adquiridos. Daqui resulta uma diminuição da procura global que vai ajudar a reduzir a inflação. O investimento também tende a diminuir, pois, com o  aumento dos juros certos projetos são adiados ou deixam de ser rentáveis, ou porque o custo é maior, ou porque se prevê uma redução da procura que faz com que certos investimentos de aumento da capacidade deixem de ser justificáveis.

A política monetária é restritiva e a política orçamental e fiscal? A política orçamental e fiscal pode contrabalançar em parte a política monetária, se houver capacidade de haver défice. Ora na Europa, há um limite ao défice (mesmo estando suspenso, continua a não permitir grandes défices), além de que países como Portugal estão limitados pelo endividamento externo (120% do PIB). Por outro lado, já está em vigor o chamado PRR que visa recuperar a atividade económica que encolheu devido à pandemia, logo o espaço para mais programas está limitado. Claro que há países que podem ter défices elevados por causa do seu reduzido endividamento externo, mas esta margem pode não ser suficiente para ultrapassar as necessidades de financiamento devido aos aumentos de custos energéticos. 

Além disso o cambio euro / dólar tende a cair,  porque os americanos têm sido mais rápidos e com uma maior amplitude na subida dos juros, o que enfraquece as exportações da zona euro em dólares e facilita as exportações americanas.

Concluindo a Europa pode entrar em recessão, o Banco Central Alemão já o previu e sabemos do efeito automotora da economia alemã. Daí o Presidente da República ter pedido para se apresentarem as previsões económicas para 2023, para preparar os portugueses para mais um apertar do sinto, alguns já lhe chamam de neo-austeridade.


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